Das cidades
As luzes na noite.
Os tumultos de alegria.
As pessoas que passeiam
em grupo, a sós,
ou como tantos,
em duetos de paixão.
Que sensação voraz
que me invade
a cada momento
enquanto me envolvo
e enredo os meus dedos
nesta cidade louca.
Louca, mas pacata.
Pacata, mas inimaginavelmente viva.
Quantos amores
leva o rio que nunca pára,
que nunca morre?
Quantos corações
partem das pontes,
mas que voltam
porque a cidade os puxa
para o seu ninho?
E as histórias
que se contam
e se cantam...
E as noites
que se passam
sem se dar por isso...
Dos vultos das capas negras,
das serenatas ao luar
vivem os estudantes
cada momento
dando tudo o que têm.
As vozes da Cabra
que se ouvem
de tempos a tempos
sempre que soa o toque
para reunir a preceito.
é a cidade das cidades
ea mais velha
das mais velhas.
Quem por lá passa
deixa um pedaço,
mas leva consigo
uma vida inteira.
Tenho na minha memória
que o mais belo luar
e o mais quente amanhacer
são na cidade de Coimbra.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
domingo, 19 de junho de 2011
É deveras interessante chegar à conclusão de que cada palavra tem os mais variados significados dependendo da orientação que lhes queremos dar; a título de exemplo: Geomorfologia. Assisti, em tempos idos, à tese de doutoramento do Prof. Rochette em que o tema versado era, em traços gerais, a Geomorfologia. Falava com todo o propósito te factos palpáveis, mensuráveis, datações, aspectos físicos do mundo que nos rodeia, da forma física das coisas e os seus porquês. A crítica maior que lhe apontaram foi se referir a periodos longos da história como "momentos".
Muito antes disso, já eu estudava Geografia, tive a estrondosa oportunidade de participar numa tertúlia com o Dr. Juan Sfeir-Yunis, Chileno, Geógrafo, Economista, adido das Nações Unidas, mas tão desprendido das questões materiais que me abriu a mente para uma realidade menos óbvia do que a que estava familiarizado, encarando a Geomorfologia como um resultado não apenas físico da acção natural do planeta, mas também minuciosamente conectada aos agentes imateriais do quotidiano.
Talvez tenha sido devido a este confronto abismal de ideias sobre o mesmo tema que me despertou para a factual presença da ambiguídade em que vivemos; disfrutamos de momentos repetidos, efémeros ou perenes, mas sempre significativos, que nos moldam a alma e nos constroem o espírito. Cada momento tráz sabedoria empírica, cada traço passado representa uma conquista privada, cada tempo vivido ostenta um conhecimento válido...
Orgulho-me de sentir que com todos os momentos aprendi e continuo em formação. Se nunca errar é porque não o vejo, logo abdico de crescer.
Olhar, não é ver, e perceber isso é reinar em terra de estúpidos.
Muito antes disso, já eu estudava Geografia, tive a estrondosa oportunidade de participar numa tertúlia com o Dr. Juan Sfeir-Yunis, Chileno, Geógrafo, Economista, adido das Nações Unidas, mas tão desprendido das questões materiais que me abriu a mente para uma realidade menos óbvia do que a que estava familiarizado, encarando a Geomorfologia como um resultado não apenas físico da acção natural do planeta, mas também minuciosamente conectada aos agentes imateriais do quotidiano.
Talvez tenha sido devido a este confronto abismal de ideias sobre o mesmo tema que me despertou para a factual presença da ambiguídade em que vivemos; disfrutamos de momentos repetidos, efémeros ou perenes, mas sempre significativos, que nos moldam a alma e nos constroem o espírito. Cada momento tráz sabedoria empírica, cada traço passado representa uma conquista privada, cada tempo vivido ostenta um conhecimento válido...
Orgulho-me de sentir que com todos os momentos aprendi e continuo em formação. Se nunca errar é porque não o vejo, logo abdico de crescer.
Olhar, não é ver, e perceber isso é reinar em terra de estúpidos.
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Às vezes vivemos no medo e nem damos conta. A vida não deixa de passar por causa disso. O quotidiano é redondamente a mesma monotonia que nos absorve e consome e nos dá a sensação de alegria ou tristeza... mas no fundo é só sensação... na verdade só existe vazio.
Não é fácil dar conta disso, de que nos deixamos envolver e embrulhar pelo medo de viver, que há algo maior, uma vontade extrema de atingir um objectivo que nos cega ao ponto de não vermos verdades maiores e intrinsecas, de não sentirmos o que verdadeiramente nos vai na alma...
Às vezes é preciso um abalo, uma doença, uma ecatombe para nos abrir a alma e soltar o medo... não que ele fuja ou desapareça, mas para o enfrentarmos... para o olharmos nos olhos e dar o peito e lutar contra ele...
Ele há medos que vencemos... e há medos que temos que aprender a viver com eles... há marcas que saram e cicatrizes que desvanecem... mas com tudo aprendemos a não voltar a errar na vida...
Há passados que nos dão pena... que podiam ter sido tão diferentes... e há futuros tão risonhos que não têm passado...
Às vezes esse medo escolhe-nos um caminho sem medo e sem medo é por onde eu vou...
*
Não é fácil dar conta disso, de que nos deixamos envolver e embrulhar pelo medo de viver, que há algo maior, uma vontade extrema de atingir um objectivo que nos cega ao ponto de não vermos verdades maiores e intrinsecas, de não sentirmos o que verdadeiramente nos vai na alma...
Às vezes é preciso um abalo, uma doença, uma ecatombe para nos abrir a alma e soltar o medo... não que ele fuja ou desapareça, mas para o enfrentarmos... para o olharmos nos olhos e dar o peito e lutar contra ele...
Ele há medos que vencemos... e há medos que temos que aprender a viver com eles... há marcas que saram e cicatrizes que desvanecem... mas com tudo aprendemos a não voltar a errar na vida...
Há passados que nos dão pena... que podiam ter sido tão diferentes... e há futuros tão risonhos que não têm passado...
Às vezes esse medo escolhe-nos um caminho sem medo e sem medo é por onde eu vou...
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